sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A tortura

Por Antonio Fernandes


Ele entrou no quarto com um rosto impassível. Era um homem alto, rosto forte e bonito, apesar dos cabelos raspados quase rentes ao crânio. Seus olhos verdes cintilantes mostravam impaciência. Estava sem camisa, mostrando um físico definido que cortava suas costas, seu abdômen e seus peitorais. Usava um cinto preto, que segurava uma calça jeans azul meio acinzentada, deixando transparecer sua roupa íntima.
Suas botas pisaram o chão de madeira fazendo barulho, em suas mãos, sua arma: Um chicote.
Seus olhos focalizaram uma criatura que o enfrentava. Uma mulher. Seus cabelos ruivos caiam soltos e longos, tampando parte do seu rosto, que esboçava uma expressão sinistra de morte. Não fosse por toda aquela repulsa, parecia ser simplesmente divina. Suas sardas se espalhavam pelo rosto dando-lhe um toque sensual, e o único olho a vista, de um azul acinzentado, encarava o homem, como que querendo mata-lo com um olhar.
Ela estava presa. Seus braços estavam algemados, e as algemas ligadas a uma corda grossa, que se prendia a um gancho no teto. A pressão fazia com que ela ficasse pouco acima do chão, e seus pés pendendo soltos, se apoiando apenas pelas pontas, deixavam-na sem ações.
Seria uma prisioneira comum, não fosse o fato de que estivesse completamente nua.

O homem caminhou, olhando sempre pra frente, sem focalizar nada, como se estivesse pensando. O único olho dela, encarava-o com coragem. Ele andou dando uma volta e parou logo atrás dela, sem que pudesse ser visto. Pendurou o chicote na cinta, colocou suas mãos fortes em sua cintura. Ela se arrepiou. Um misto de excitação e medo correu por todo o seu corpo, instantaneamente, por instinto, fez de tudo pra não mostrar isso a ele. Tarde demais, o homem se aproximou de seu ouvido, e sussurrou de modo baixo e excitante:
-Vamos nos divertir essa noite, ah vamos sim.
Deixou as mãos deslizarem pela cintura dela até caírem, provocando novamente aquele calafrio de medo e excitação. Ela não conseguia entender. Repudiava aquele homem mais que tudo, mas aquele toque... era como se ela quisesse mais.

O homem sacou novamente o chicote. Deu uma distância de alguns metros. Levantou sua arma, e com um movimento rápido, acertou-lhe as nádegas.
No momento em que o couro crú rasgou a pele macia da garota, uma sensação de profunda dor impregnada de tesão atacou-a. Todo o seu corpo queria se contrair, mas não, ela não iria demonstrar fraquezas, não para aquele maldito...
Outra chicotada, desta vez um pouco mais em baixo. Uma nova onda, agora com mais tesão que dor, varreu seu corpo. Queria domina-la, subjulga-la, torna-la fraca, mas ela ignorou tudo isso, e meramente piscou.
E outra chicotada veio. Uma nova linha de carne se abriu nas curvas perfeitas daquela ninfa. E a dor e o tesão comeram-na, queriam subjulga-la. Queriam vence-la. Tudo que ela queria era gritar e gemer, pedindo pra que ele parasse, mas seu orgulho... seu orgulho era tudo que...
Outra chicotada. Sem que ela percebesse, havia contraído os músculos da perna. Seu agressor deu um sorriso de jubilo. Afinal, ela não era tão anormal assim.
Outra chicotada. Ela tentou de tudo, mas como que involuntariamente, suas coxas novamente se encolheram com o impacto, se estremeceram... ela não podia, não podia deixar transparecer...
Outra chicotada. E uma nova linha vermelha se projetava, agora quase na região de suas coxas, o tesão prespaçou sua alma, furou suas defesas, e sem que percebesse, ela soltara um gemido.

E as chicotadas foram vindo, uma a uma, e a cada vez que o couro crú encontrava as nádegas daquela ninfa ruiva, gemidos novos se desprendiam dela. Aos poucos, toda sua musculatura se dobrava a cada chicotada. O tesão girava dentro de si, consumindo-a, tornando-a fraca, e volta e meia se pegava imaginando que aquele brutamontes a desamarrasse e a comesse ali mesmo. Mas ela afastava a idéia da mente, absurdas... E outra chicotada vinha, e a imagem de ser abusada voltava, mais lúcida, mais clara, até que ela a afastasse com o pouco que sobrava de sua dignidade.
Os gemidos iam crescendo, seus olhos, agora fechados, viam imagens se projetando. Sempre dela se submetendo a aquele homem, dando a ele seu corpo, pedindo pra que ele a possuísse...
Ela suava, estava toda molhada, mas as gotas que começaram a deslizar por sua coxa, não eram de suor. O homem reparou, mas ignorou-as. Estava chegando onde queria, estava amaciando aquela ninfa sedutora.
As chicotadas continuavam vindo. Ela já não tentava mais abandonar os pensamentos, cenas de sexo selvagem corriam por sua mente, e a cada chicotada, cada vez que o tesão varria sua alma, essas cenas eram novamente incentivadas, e ficavam cada vez mais obscenas, mais pornográficas...
A escuridão foi tomando conta dela, e aos poucos, a garota foi ficando inconsciente. Agora era como se sonhasse. Ela podia ver, podia sentir suas mãos se esfregando nos músculos daquele homem, podia encostar sua cabeça no peito dele, deslizar suas mãos até debaixo daquele cinto, arranca-lo, abrir a calça dele e...

Alguma coisa aconteceu. Ela estava se movendo, estava... Caiu. O homem tirou ela do gancho que a prendia no teto, e ela desmoronara. Não tinha forças pra se levantar. Suas pernas, não fossem pelas caibrãs e feridas, que agora já eram centenas, estavam completamente tomadas por um tesão que a impediam de usa-las. As coxas completamente molhadas. Ela devia ter gozado pelo menos uma dúzia de vezes, e mesmo assim a excitação continuava a assola-la, come-la a alma.

O homem a arrastou até a cama, e a deitou. Ela sabia o que ele iria fazer. Alguma voz dentro dela quis protestar, alguma voz, lá no fundo, queria tentar dizer não, mas a verdade é que, como um todo, ela queria se entregar a ele, queria que ele a comesse, que acabasse com aquilo de uma vez..
Ouviu quando ele desafivelou o cinto. Ouviu a calça do homem cair no chão de madeira, e ele arrasta-lo pra longe com os pés. Ouviu os passos fortes se aproximarem, mas ela queria... queria ser abusada...

Então ele fez. Comeu-a.
E ela gritava. Gritava coisas horríveis, mandava que ele parasse, mas em sua mente, ela o incentivava. Caia na inconsciência e voltava, vezes seguidas, sentindo orgasmos e mais orgasmos explodindo dentro de sí. Sentia seu líquido escorrendo pelas pernas, enquanto o orgão dele entrava e saía, tirando dela todas as vontades e forças. Já não sabia se gritava insultos ou se incentivava. Só sabia que sensações múltiplas devastavam tudo dentro de sí, se apossavam dela, usavam ela, mandavam nela. E ela era refém dessas sensações, estava presa, e amava estar presa. Queria mais, queria mais... mais...

Mas antes que ele acabasse, ela sentiu o orgão saindo. Ele parara, porque parara?

Ela estava sendo carregada novamente. Foi deitada. Todo o corpo de costas, algemada por trás, seu corpo se comprimindo contra seus próprios peitos, apenas sua cabeça pendia pra fora da cama.

Então ela sentiu uma dor louca. Ele a agarrara pelos cabelos, levantou sua cabeça e encarava seus olhos, mas ela não conseguia abri-los. Percebeu que ele se agachava, viu que ele conduzia sua cabeça para alguma coisa, mas não percebeu onde, até encontrar.

Ele humilhava-a, fazia com que chupasse seu orgão, e para a própria surpresa da garota, ela adorava. Chupava-o, sentia ele a obrigando, agarrando seus cabelos, fazendo tudo com brutalidade, e a dor era lascinante, insuportavel, e ao mesmo tempo, cheia de tesão, e ela amava aquilo...

E por fim ele gozou. Humilhou-a. Tirou cada gota de orgulho que ela havia posto no próprio rosto, sujou-a com as próprias impurezas.
Humilhada, excitada e cansada, ela ergueu os olhos, vendo ele sair. Passos duros e fortes, e sem olhar para trás, desapareceu pela porta. Ela não significava nada.

Não conseguia pensar em outra coisa. As dores das feridas em sua nádegas eram fortes, mas ainda mescladas ao tesão. Ela se sentiu suja, usada e abusada, fora espancada, estuprada, violentada, e olhou pra porta com ódio um ódio pior que qualquer outra coisa que existisse...

Tudo que queria, é que ele voltasse.


Caso tenha lido e gostado desse texto, dê, nos comentários abaixo, uma sugestão de cena erótica, para que eu descreva da próxima vez. 
Sua participação faz a diferença.
Obrigado (:

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os Corsários

Capítulo Primeiro


Foi numa noite chuvosa que a polícia invadiu uma pequena casa nas periferias de Bristol. Flocos de neve caiam anunciando as vésperas dos meses natalinos, as ruas da cidade, já enfeitadas de renas e pinheiros reluzentes aguardavam felizes a chegada daquela data feliz.
Capitão Thompson secou os pés na soleira da porta e retirou sua capa de chuva depois que seus homens arrombaram a casa. Era hum homem alto e corpulento, de contornos fortes e olhar duro.
Jogou sua capa e foi adentrando os aposentos como se fossem seus. Uma mulher pequena e magra entrou em sua frente antes que alcançasse a porta, ele contraiu as sobrancelhas, parou e cruzou os braços.
- Senhorita Girard, eu lhe avisei que isto poderia acontecer, por favor, saia da frente.
- Ele não fez nada! Eu juro que não fez nada! Meu filho é inocente, estão incriminando ele! Desgraçados filhos da puta, Jesus! Jesus irá fazer vocês sofrerem nos fogos do inferno seus... aaaaaaaaah!
Dois policiais pegaram-na pelos braços e a tiraram da frente enquanto a pequena mulher esperneava e gritava, dando mostras de muito mais forças que aparentava de começo.
O capitão balançou a cabeça com pena e avançou. Não era um homem que gostasse do uso da força. Em geral, sempre fora um cavalheiro enquanto patrulhava as ruas de Bristol, sua cidade natal, mas desta vez, iria resolver de uma vez por todas aquele calo que atormentava seu pé já havia bastante tempo.
O garoto Oliver havia acabado de completar seus dezoito verões. Tinha os olhos de seu falecido pai, que o Senhor o tenha, morto numa briga de bar muitos anos atrás. O garoto cresceu sem ele, rebelde e sedento pelas ruas e guetos, sempre dado as malandragens, coisa natural, já que nunca teve um pulso forte que o socasse para amparar juízo em sua cabeça oca.
Por mais que Thompson tivesse gostado muito do pai do garoto, não podia deixar de balançar a cabeça pelo triste fato de ter de prender o filho do sujeito. Mas ele pedira, por Deus, o garoto fez coisas que estavam além de sua capacidade de ajudar.

O capitão girou a maçaneta e entrou no quarto. Do outro lado do cômodo, sentado numa cadeira de frente para um laptop, estava um garoto alto de cabelos negros e lisos, que brilhavam a luz fraca de velas.

-Então, vocês me acharam?
-Senhor Oliver Evans Girard, o senhor é acusado de formação de quadrilha e vandalismos, e deve nos acompanhar até a o 23° departamento de polícia de Bristol, onde passará a noite, e deporá amanhã pela manhã em tribunal. O senhor tem direito de ficar calado, pois tudo que falar poderá ser usado contra você em tribunal, tem também direito a um advogado.
O capitão ficou parado com a mão na maçaneta, encarando o garoto. Ainda não caíra a ficha que estava prendendo o filho de Daniel Evans, seu amado amigo.
-Então, você era chegado ao meu pai, senhor Thompson? deve ser difícil para o senhor me levar para o tribunal não é? vão ficar todos chocados no bairro quando souberem afinal que era eu, por trás daqueles atos "horrendos"! - exclamou a última palavra com um tom engraçado e irônico.
O garoto se levantou da cadeira e olhou para os olhos dele, um olhar de quem esconde o desespero numa máscara de excitação e curiosidade. Tinha olhos verdes profundos e brilhantes que ficaram sinistro a luz das velas, e encararam o policial, uma de suas mãos estava enfiada no bolso, enquanto a outra segurava a cadeira tremendo.
-Nunca imaginei que você fosse capaz de uma coisa dessas filho, agora, vamos andando, não quero ter que usar força contra você.
O garoto foi andando lentamente em direção a porta, mas ainda assim encarando o capitão com um olhar sinistro.
-Você não acha mesmo que eu vou me entregar fácil assim não é?
A mão dele voou para fora dos bolsos, um canivete já aberto estava firme ali, e se dirigiu com uma velocidade absurda até o pescoço do capitão, que segurou o pulso do garoto com agilidade, dobrou o braço e socou a boca do seu estômago. Depois da reação, tudo ficou mais fácil.
-Não devia ter tentado gracinhas, meu gosto por seu pai só vai até certo ponto.
Saíram da casa, enfiaram ele na viatura com desprezo e socaram a porta. Em meio a chuva e neve, uma mulher pequena e fraca saiu de sua casa e olhou para o carro, lá de dentro, por trás de grades, seu filho a olhava com um olhar de socorro, mas era tarde demais, ele fora pego, e nunca mais a veria.

Nunca mais, nunca mais.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Arte de colar em provas.

Por Antonio Fernandes

A arte milenar de trapacear em testes escritos data desde que existem testes escritos, afinal, seres humanos sempre darão um jeito de executar filhasdaputagem onde quer que estejam e no que quer que façam. Esta é uma das leis primordiais que regem o universo.

Muito já se fez contra esse tipo de trapaça. Em geral as provas nas escolas de hoje são recolhidas ao menor sinal da dita "cola". Em testes regidos pelo governo, a cola é taxada como crime previsto em lei, e pode resultar em multas pesadas e até cadeia.

Vários nomes já se foram dados, várias pessoas já se deram mal por isso, mas, naturalmente, uma quantidade desconhecida (já que não foram pegas) já se deu bem, e ao que tudo indica, essa quantidade é bastante elevada.

Nesse post, vou me dedicar a explicar os variados tipos de colas existentes, suas chances de darem certo e suas chances de darem errado.

Caso você seja um aluno de alguma escola, ou pretende passar em algum concurso, ENEM, vestibular ou qualquer teste de faculdade, e pretenda usar esse tipo de coisa, lembre-se que é sempre mais seguro estudar e responder corretamente que tentar trapacear. Mas se não houver outro jeito, ou se você estiver decidido a isso, divirta-se. Não sou responsável pelo mau uso de nada que estiver escrito aqui, afinal, conhecimento não é crime.


Pois bem, vamos começar.


Primeira Parte

colando com papéis


E se o professor mandar tirar a camisa?


Esse é o tipo de cola mais tradicional que existe. A idéia aqui é anotar informações básicas que você precisará para o teste, preferencialmente de forma simples e resumida. É muito útil em provas do tipo exatas, como física, quimica, biologia em alguns casos, e é claro, matemática, já que geralmente a medida que se avança nas séries (ou períodos, no caso de faculdade), as quantidades de formulas a serem decoradas aumenta. Em provas do tipo humanas, tente colocar palavras-chave, desenhos que te lembrem algo que o professor falou em sala, coisas do tipo.

A principal arte contida na cola com papéis está no ato de esconde-la bem. Nos casos de folhas grandes, deixa-la abaixo da sua prova em questão é quase regra, já que você poderá movimentar sua prova mais para o alto da carteira, e puxar a cola por cima, ou deixar a prova baixa, assentar meio "deitado" na carteira, e puxar a cola por baixo, nos dois casos, você irá obstruir a visão do professor, te dando chance de conferir suas anotações e resolver a questão.

Com papéis pequenos, mais úteis quando se tem formulas matemáticas, existem milhões de alternativas para esconde-las. Lembre-se de camufla-las sempre no lugar mais próximo das suas mãos possível, um lugar "ideal" seria na pulseira do relógio, tampa da caneta, dentro do sutiã, etcs. Na falta dessas opções, os lugares mais tradicionais são recomendados, de preferência lugares onde o professor não poderá revistar. Cuecas, calcinhas, dentro do sutiã, no caso das mulheres, etcs.

Para passar colas de papéis, também é necessária criatividade. Evite sempre simplesmente jogar o papel para a carteira detrás, ou passa-la por cima do ombro do seu colega. executar ações bruscas dentro da sala atrai a atenção do professor, e te dá mais chances de ser pego.
Uma tática que cheguei a usar algumas vezes, é colocar a cola dentro da tampa de uma caneta, e quando vou termino a prova, digo que vou "devolve-la" ao meu colega. Isso funciona perfeitamente com provas do tipo fechadas, e a chance de dar certo é de quase 100%, além de que, caso seu amigo seja pego com o papel da cola, não vão poder encriminar quem passou a dita cuja, já que não há nada que ligue os dois.

O que não fazer ou evitar.

Não coloque a cola nos seus pés, dentro de meias ou tênis, tira-la dali vai ser tarefa de James Bond.
Cuidado ao colocar sua cola entre as pernas logo na carteira, se o professor te mandar levantar, fudeu. Caso seja nescessário, ponha a mão sobre o rosto como se estivesse pensando, mais ou menos na altura dos olhos, isso obstrui a visão do professor, e ele não poderá saber onde você está olhando.

Por que não colar com papéis

Papéis são uma prova física e incontestável de que você tentou colar. Eles não te dão a chance de dar desculpas ou sumir com eles caso você tenha "rodado." Ser pego colando com papéis é simplesmente o fim, rodou. You Lose.


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Colando com celulares


Simples, prático e eficaz.


A tecnologia trouxe benefícios de várias formas, e um deles é o de ajudar a trapacear. As colas com celulares são mais recomendadas, já que as mensagens ou textos são facilmente apagáveis, além de que você sempre terá a desculpa ingênua de que "só estava olhando as horas."

Além disso, colar com celular te dá oportunidade de não só fazer colas individuais ou de dupla, mas de executar grandes colas, como fileiras inteiras de alunos, ou até mesmo a turma inteira.

A primeira regra ao se colar com celular é:

"Coloque seu celular no silencioso"


Motivo mais que óbvio. Se a idéia de colar é não chamar a atenção, ter um jingle tocando a cada vez que você envia ou recebe uma resposta vai com certeza chamar a atenção, e você vai rodar.

Não tente também fazer ligações no meio da prova, isso é pedir pra se fuder.

Aparte isso, lembre-se de sempre deixar as mensagens pré-programadas. Colar com celular não é recomendado em provas abertas, já que digitar leva tempo, e a idéia é agilidade de discrição. Coloque todos os contatos que vai enviar antes, caso precise, informações como "tipo da prova: B" ou coisas do tipo antes, tudo armado, para que só seja preciso digitar "Tipo C /  B C C A D A B B C A - Enviar".

Como celulares são comuns, eles são fáceis de "esconder", já que afinal, você nem o está realmente escondendo, já que quase todas as pessoas andam com o celular no bolso. Mas caso queira deixa-lo num lugar de fácil acesso, usar uma blusa de manga comprida ou moleton te dá a oportunidade de coloca-lo na magna. Tome apenas cuidado para não ficar muito exposto.

Colando com objetos diversos


"My name is Bond. James Bond."


Camuflar sua cola em objetos aparentemente inofensivos, além dos celulares, é prático. Fones de ouvido podem ser colocados escondidos em moletons, ou até mesmo de modo natural, como se fossem uma música qualquer. Grave sua cola, e bon apetit.
Existem canetas que "apagam". Caso sua prova seja gabaritada. Faze-la com uma caneta apagável, e depois rasurar algumas questões e muda-las, para reclamar com o professor depois, é prático. Cuidado para não fazer isso constantemente, senão eles podem, naturalmente, desconfiar.
Existem réguas que possuem "tabuadas", "fórmulas de física" ou coisas do tipo inscritas nelas. Deixe a parte que te ajudará da régua voltada para baixo na carteira, e consulte-a periodicamente, observando para não chamar a atenção do professor.
Canetas invisíveis são práticas. No caso das colas com papéis, o professor te verá fazendo consulta, mas ao flagrar você no ato, sempre poderá dizer que deixou o papel ali para anotar o gabarito depois, se ele disser que não pode, amasse a folha e entregue pra ele, e só. Também é possível escrever com caneta invisível no braço, na carteira, etcs etcs etcs.

Escrevendo em carteiras e fazendo "esquemas"


Tai. A Arma do crime.


O grande perigo que há em escrever nas carteiras, é que elas também são provas incontestáveis de que você estava colando.
Naturalmente, existem atitudes simples que camuflam o ato desta cola.
A primeira é a que acabei de citar acima. Caneta invisível é o jeito mais fácil de se proteger, já que passando a mão ela desaparece, e o professor terá dificuldade em descobri-la.
Outra questão prática é fazer a cola nas "costas" da cadeira da pessoa a frente. Raramente professores conferem esse lugar.
Caso seja preciso escrever na carteira em sí, de preferencia para escrever em baixo da sua prova, e se lembre de apagar tudo no fim.

Os esquemas são de total criatividade. Alguns perigosos e outros não. Um colega meu executa um simples. Ele coloca o nome do outro na prova dele, e o outro coloca o nome dele. Um faz a prova do outro, e aquele que tem pontos de sobra vai mau, e o que precisa de pontos vai bem. É difícil de achar uma situação boa para esse tipo de cola, mas ela é bem prática e simples. Evite apenas deixar sua caligrafia clara demais como sua. Caso o professor te conheça, e tenha muitas aulas com você, como professores de português, ele pode perceber o ato, e zerar a prova dos dois.


Conversando com colegas


Tradução livre: "Qual a resposta da questão #1?" "Sua Mãe." "Minha mãe é a principal ministra da Noruega? .-."


Eu não recomendaria isso na maioria das situações. geralmente o ambiente de prova é silencioso, gera um "clima tenso" na sala. Qualquer coisa que você falar, por mais baixa que seja, pode indiscretamente chegar aos ouvidos do professor. Se ele te conhece bem, e reconhece sua voz, é zero pra você e seu parceiro na hora.
Eu recomendaria isso para o caso de você estar "extremamente necessitado" da resposta de uma determinada questão, e o professor estiver com a guarda bem baixa, como conversando com outra pessoa na porta da sala, ou lendo e corrigindo provas que ele já recebeu.
De qualquer modo, esse é o jeito mais arcaico, mais difícil e mais perigoso de colar. E provavelmente o mais usado também.

Colando por códigos


Apenas um gesto comum. Será?


Totalmente criativo. Totalmente discreto na maioria dos casos. Não existem provas contra você. a não ser que você esteja sendo MUITO idiota, chamando atenção e fazendo números com a mão.

Colar por códigos talvez seja o jeito mais fácil e seguro de colar, mas é preciso fazer algumas observações.

Usar a criatividade é fato, já que, quanto mais criativo e natural, menos a chance de ser percebido. Quando eu estudava no Magnum, havia um grupo de colegas meus que fazia o seguinte. O mais inteligente, que se sentava na primeira carteira, só precisava "coçar a perna" na ordem certa das questões. Na altura do joelho significa "A", um pouco abaixo do joelho, "B", Próximo ao pé, "C", no pé, "D". Caso ele faça isso com os devidos espaços de tempo, e aqueles que forem seguir a cola estiverem devidamente atentos, nada pode dar errado.
Outros lugares também são bem úteis e discretos. Coçar a nuca. Olhar para determinada direção( lado esquerdo "A", direito "B", cima "C" baixo "D"), espreguiçadas, estralar os dedos de determinadas formas, enfim, todo tipo de coisas pode ser usada na linguagem dos códigos.

No caso de ser pego, tente agir como uma pessoa inocente agiria caso o professor desconfiasse dela, diga coisas tipo "porra professor, não posso nem coçar minha perna mais em paz que você já me enche o saco?"
Mas em todo caso, se ele desconfiar, pare imediatamente, ou pode acabar tendo sua prova tomada.

Olhando a prova dos outros


Não se engane. É tudo em prol das férias mais cedo.


Atitude perigosa. Movimentos bruscos chamam a atenção de professores. Mas se mover lentamente aumenta as chances dele olhar na sua direção e te flagrar numa posição "desprivilegiada".
O ato de olhar a prova é útil em provas abertas, quando você terá que ler a questão do seu colega a frente, em alguns casos, sem que ele perceba.

No caso de ser uma cola combinada, basta que seu colega se sente de modo "folgado", para te dar abertura por cima do ombro ou pelos lados, no caso de pessoas pequenas, a coisa se torna ainda mais fácil.

O momento correto para fazer isso, será sempre que o professor, durante sua "ronda" pela sala, passar pelo seu lado. Principalmente se você estiver sentado nas carteiras do meio, isso significa 3,5, ou até uns 7 segundos para colar.

Em todo caso, evite esta tática, ela é fácil de ser pega e não há justificativas ou coisas do tipo, além de que sempre corre o risco de haver provas tipo "A" e "B", e dependendo da empolgação do seu professor, tipo "C", "D", "E", enfim, infinitos tipos de provas diferentes, distribuidos de forma organizada ou desorganizada. Sua chance de copiar uma prova inteira e se deparar com gabaritos diferentes é alta.

Segunda parte


Estudando os professores


Ela está de olho em você.


Entender a natureza dos ensinadores é peça fundamental para executar melhor a cola. Caso você saiba quais são os hábitos destes, você pode aprender a dribra-los e usa-los a seu favor.

Primeiro, quais as atitudes mais comuns dos professores para detectar colas?


Ficar no fundo da sala observando a turma é a primeira delas. Isso possui uma vantagem e uma desvantagem. A desvantagem é que você não sabe o posicionamento do professor, e ele provavelmente terá uma melhor visão da sala toda. Sentar o mais fundo possível é melhor por isso. Lembre-se que sempre é bom saber o posicionamento dele antes de colar, e você só saberá caso ele esteja na linha a sua direita para frente, do contrário, cuidado.
A desvantagem é que ele não terá visão do que acontece com seus olhos, e caso você coloque uma mão discretamente na altura do colo, para manipular papéis, celulares ou objetos quaisquer, ele terá dificuldades em ver, principalmente se você estiver nos cantos.
Nesse caso, a posição ideal para se sentar é no fundo da sala, nas fileiras do canto.


Alguns professores acham que são soldados, e devem ficar rondando a sala, como se fossem cães farejando colas. Esse ato te dá uma vantagem clara. Sempre que ele passar por você, ficará de costas, te dando uma chance perfeita para colar. Esse é o momento, de todos os existentes, mais propício a cola. Você terá de 3 a 7/10 segundos para colar. Existem ainda os momentos maister bonnus, será quando o professor parar para ajudar um colega, na fileira ao seu lado, de costas para você. Desde que não faça sons, tudo é possível nessa hora.

Alguns professores ficam no meio da sala, parados em pé de braços cruzados, olhando atentamente em todas as direções, algumas vezes, movendo apenas os olhos, com o rosto parado. Em situações extremas, ele pode resolver usar um óculos escuro.

O óculos te deixa numa situação bem desconfortavel, ele pode estar te encarando, e você não irá perceber. Muita gente entra em pânico, e ao menor movimento da cabeça dele fazem movimentos bruscos, se entregando. A última coisa que se deve fazer ao colar são movimentos bruscos.
Lembre-se que óculos escuros deixam tudo mais escuro (dã), e como a sala em geral é iluminada fracamente por lampâdas, a visão dele ficará pior, apesar de estar camuflada. Isso significa que movimentos simples podem ser feitos de modo mais livre e mais camuflados, com menor chance de serem pegos.

O professor estando no centro da sala, empé observando a turma, inicialmente estará atento e olhando para todos, mas lembre-se de que o tempo é um inimigo letal deles. Já percebeu que quando não fazemos nada o tempo começa a se arrastar? imagine ficar encarando 40 pessoas fazendo prova, enquanto você não faz basicamente nada? Sentiu o drama?
Na posição parada na frente de todos, ele terá uma visão ampla, mas também terá muitas coisas pra olhar. Ele vai se cansar, e após algum tempo, colar vai se tornar uma coisa simples e fácil.

Professores assentados e observando a sala terão uma visão pior do todo, e se cansaram mais rápido.

Já vi alunos que usam o máximo de tempo possível em sala de aula fazendo suas provas. Isso tem lados bons e ruins.
Já vi muitos casos de professores que, depois que já está 1, 2, 3, 5 horas aplicando prova, e restam 3 ou 4 alunos apenas, e a prova que está sendo dada é a dele, ele se cansa, para ao lado do aluno e o ajuda com as últimas questões.
Além disso, depois de 1 hora e meia empé encarando adolescentes, ele não vai ter mais paciência para ser o lobo que era nos primeiros 5 minutos.
Isso nos leva a outra premissa, nunca cole nos primeiros 15 minutos de prova, será o momento em que ele estará mais atento.
O grande problema de ficar para o final, é que a maioria dos alunos já terá saído da sala, dependendo da escola e do horário da prova. Sendo assim, o professor terá que se concentrar em poucas pessoas, além de que não haverá mais pessoas na sua frente, atrás e dos lados, assim colar em grupo se torna difícil.
A atitude mais comum para evitar colas é fazer provas diferentes. Geralmente em escolas particulares haverá "tipo A" e "tipo B", e elas são entregues "sim não sim não sim não". Alguns professores "embaralham" as provas, criando assim mais uma dificuldade para se saber qual o tipo do colega a frente. Outros ainda deixam o tipo da prova camuflado, de modo que os alunos, a não ser que comparem as questões, não saibam qual é, e mesmo que as comparem, ainda pode haver questões iguais, nos mesmos lugares, com alternativas variadas. Cuidado.
Caso eles entreguem do estilo mais simples. "A B A B A B" e assim por diante, você não poderá colar olhando, conversando nem por papéis em dupla de modo fácil (a não ser que use a caneta), mas os sinais e celulares apenas precisam ser revistos.

Atitudes "Premmium"


Esse ai é seu professor. Bonito não?


Existem quatro atitudes que o professor fará, que te darão oportunidades perfeitas para cola.

1- Já citada, quando ele passar por você caminhando. Ele ficará de costas, e você terá alguns segundos para colar a vontade. Caso você esteja nas primeiras carteiras e ele passe na direção em que você não pode ver, é perigoso, por não poder ve-lo, mas ele também não esperará que você faça isso, então colar nessa hora também é válido, apesar de menos recomendado.

2- Quando ele parar para ajudar um colega seu, e estiver de costas para você. Se você tiver como observa-lo, melhor ainda. Assim, você terá um tempo indeterminado, de alguns segundos, até minutos para colar.

3- Caso o professor vá para a porta da sala conversar com alguém no corredor. Mesmo que ele esteja observando a sala, ele ainda te verá de costas, sem poder olhar seus olhos e suas mãos, com o bônus de estar distraido com a conversa. Isso de dá mais uma boa oportunidade de cola.
Certa vez, fazendo uma prova de recuperação, um professor lerdo saiu da sala por uns 5 minutos. Naturalmente eu passei na recuperação. Lógico. Eu e mais 50 pessoas.

4- Quando eles estão sentados em suas mesas observando a sala, geralmente costumam se entreter com alguma coisa, para passar o tédio. Veem suas "papeladas", começam a corrigir as provas, já vi inclusive professores lendo livros e até tirando "cochilos". Não podemos deixar de nos aproveitar dessas situações.

Considerações finais


Quem desconfiaria dele?


Colar é arriscado. Você vai perder sua prova, e em alguns casos, vai ser julgado em tribunal. Caso seja pego, a ferrada é grande. em escolas particulares de grande porte, os pontos de uma prova podem significar uma recuperação, uma recuperação final, ou até mesmo uma reprovação.
Não é atoa que eles fazem tudo para desencorajar essa atitude. Tem provas diferentes, um ou mais professores rondando a sala, etcs etcs etcs.
Mas não seria uma arte se não fosse difícil, nada mais divertido que as boas histórias que resultam das colas, e da grande satisfação que se sente ao conseguir colar. Sentir-se o próprio James Bond.
Colar não é tão difícil quanto a maioria pensa. Nem é preciso prática, só um pouquinho daquilo que você já nasceu tendo, "filhadaputagem humana". Apesar de que, claro, quanto mais praticar, melhor será.

Use essas habilidades, vença a soberania dos professores, mostre a escola que você é mais esperto do que ela, e nunca se esqueça do divino lema de todos os vagabundos que passam de ano todos os anos, enquanto aqueles nerd's se matam de estudar:

"Quem não cola não sai da escola."




Bon apetit!


domingo, 28 de novembro de 2010

Idades do homem

Por Antonio Fernandes

O seres humanos são, digamos, meio idiotas. Na verdade, não diria meio idiotas, vamos recomeçar esse texto.
Seres Humanos são idiotas. Porque? Bom, porque tem a maldita mania de constantemente jogarem tudo pro alto e desistirem de sí mesmos. Constantemente eles jogam no lixo seus "Eus", e se tornam pessoas completamente diferentes. Se isso bastasse, seria suficiente, mas não, esses novos "Eus" quase sempre são piores que os anteriores, e quando digo piores, são piores mesmo.
Todos nascemos crianças. Como são as crianças? Bem, elas são inocentes, elas tem sonhos e acreditam no futuro. As crianças olham pra todas as coisas e acreditam que aquilo é possível. Nunca duvide de um garoto de 7 anos se ele lhe disser que irá pegar a lua e coloca-la no teto para poder vislumbra-la todas as noites. É bem capaz que ele tente mesmo.
E consiga.
Crianças não veem a tragédia a sua frente, as crianças não veem o mundo como um caso perdido, mas como um oceano a ser descoberto, onde cada pequeno problema pode ser resolvido depois de um belo pote de sucrilhos matinal, e alguns biscoitos, claro.
A sabedoria infantil é uma dádiva. Sábios são aqueles que crescem como crianças.

Mas constantemente, ao chegar aos 10 anos, as pessoas matam seus "Eu's crianças". Elas o trocam por uma figura revoltada. Ao descobrirem realmente todos os podres do mundo, elas começam a encara-lo como um problema, como um defeito. Seus pais não são mais perfeitos, a escola te canaliza a acreditar que tudo é uma catástrofe, e cada vez mais, te desinsentiva a ser aquela criança criativa que um dia você foi. Que tinha uma resposta para todos os problemas, e caso não tivesse, sabia onde encontra-las. Em seus sonhos.
Quando a escola começa a limitar sua criatividade, e você passa a não encontrar soluções para os problemas, quando a guerra fria parece o fim do mundo, quando o aquecimento global se mostra impossível de ser revertido, quando a fome na África se mostra grande demais pra ser erradicada, quando as redes de fast-food começam a ficar absurdas demais, você começa a criar um "Eu interior" de desespero, e naquele momento, você faz oque qualquer animal acuado faria.

Você se revolta.


A adolescência é a fase das lutas. É quando o humano não consegue acreditar nos próprios humanos. Quando começamos a desacreditar nas gerações passadas, e começamos a lutar. Lutar pelo que? Lutas tão distantes, tão grandes, são tantos que passam fome, tantos que morrem, tantos que são escravizados pelo capitalismo, que tudo passa a ser absurdo demais, grande demais...
A grande questão da adolescência, é que não há nenhum problema que seja grande demais para os braços e os corações resolverem. Com armas ou flores, tudo é possível.
Tome cuidado com adolescentes. Se quer saber, foram eles quem decapitaram os reis da europa, foram eles que derrubaram pedra por pedra a Bastilha, foram eles que se juntaram para lutar por liberdade nos estados do norte dos EUA, foram eles que sempre quebraram tudo quando tudo parecia errado, foram eles que fugiram de casa, vestiram roupas coloridas, óculos enormes e foram fumar maconha para protestar contra uma guerra sem sentido.
A adolescência é uma loucura.

Mas há uma fase da vida completamente idiota. É quando saímos da dita adolescência. Quando matamos esse nosso "Eu" de revolta. o Nosso "Eu" que quer salvar o mundo. O nosso "Eu" que quer fazer a diferença.

Você se torna um "adulto" quando finalmente deixa de acreditar em tudo. Você tem traumas demais, problemas demais, trabalho demais, chefes demais, para poder se preocupar com aqueles que REALMENTE precisam de ajuda.
O "Ser Adulto" é aquele indivíduo idiota, que esqueceu das grandes causas. Que minou todas as suas vontades de bem maior, todos os seus SONHOS, para se focalizar nos 3 metros a sua frente, e, em alguns casos, nos 3 centímetros que vão até a ponta do seu próprio nariz.
Não é difícil entender por que eles fazem isso. A fome na áfrica não acabará nunca!, O aquecimento global é irreversível!, Os Mac Donald's nunca deixarão de existir! É o capitalismo que impera, O que eu posso fazer?


Quando você desiste dos seus sonhos. Quando você desiste de ajudar outros com seus próprios sonhos. Quando você desiste do mundo. Parabéns, você agora é um adulto.
Não estou te criticando por ficar velho, veja bem. Conheço uns quinze a vinte velhos que são adolescentes, que preservam a idade do desespero, onde começaram a ver que o mundo não tinha salvação, e começaram a buscar uma salvação. E coisa mais rara ainda, conheço uns dois ou três velhos, que ainda preservam suas crianças, e acham que tudo é uma questão respeito força de vontade.
Pessoas de quarenta, cinquenta, ou até setenta anos, que estariam dispostas a ajudar dois inimigos a se darem as mãos, levar uma rosa à alguém que precisa dela num hospital, levar um livro para aquele garoto da periferia, estão dispostas a dar um ursinho de pelúcia à aquela menina que perdeu os pais num acidente de carro.

Eles acreditam na esperança.


Não queira ser um adulto. Faça um favor a você e ao planeta.

Acredite!


Afinal, a idade nunca foi realmente algo que fizesse você diferente, a não ser até o ponto que colocaram isso em sua cabeça.

Seja jovem.
Seja feliz.
Sorria.


Mas lembre-se que a grande alegria da juventude, não é só sorrir, mas compartilhar sorrisos.


Nada está perdido a menos que você acredite que está.


Pense nisso.

Have a nice day.






"Se todos dermos as mãos, quem sacará as armas?"

domingo, 21 de novembro de 2010

O Cavaleiro Andante

Por Antonio Fernandes

O suor escorria pegajoso por sua testa, descendo até um dos seus poderosos olhos, que piscaram, espalhando-o.
Ele vinha andando pelo mundo já fazia um tempo. Lutou contra guerreiros perversos, monstros horripilantes, e salvou mulheres indefesas, mas aquilo que estava em sua frente, era um desafio que ele jamais havia visto antes.
Eram três gigantes. Monstruosos, aberrações, cerca de 5 metros de altura. Fortes, invencíveis, imortais.
E eles riam. Riam do cavaleiro, que mesmo com toda sua bondade e senso de justiça, toda sua vontade de salvar pessoas e melhorar o mundo, era incapaz. Era fraco perante aquelas horripilantes criaturas. Impossível ler o que quer que estivesse pensando.
Pensou em seu fiel escudeiro. Homem valoroso aquele que tinha ao seu lado, e corajoso também. Morreriam juntos, lutando contra os males do mundo. Bela morte. Bela morte.

Então seria assim que tudo terminaria. Bom, fora uma boa causa. O amor de sua vida iria chorar quando soubesse que ele, um glorioso cavaleiro, que andou por esse mundo ajudando os oprimidos e reprimindo os maus, estava morto.
Morto. Desmificado. Sem vida. Enterrado. Sete Palmos. Passageiro de Caronte. Visitante de São Pedro. Hospede do Céu. Foi-se desta para melhor. Uma pena. Uma pena.
Ele, grandioso e valoroso guerreiro, se pegou imaginando os pobres mortais cantando cantigas e histórias em seu nome, sobre como ele correu poderoso contra três malditos gigantes, rumo a morte, para que um dia, talvez, o mundo se tornasse um lugar melhor pra se viver. Um dia.
Imposto em glórias e louros, ele, cavaleiro, guerreiro, homem, baixou seu capacete, segurou sua lança e partiu a galope, em seu unissomo cavalo branco.
Cavalgou sentindo o vento cortar suas faces, poderoso, pespicaz,  ele encarava os gigantes, que riam. Riam. Choravam de rir da sua presença. Humilhavam-no. Mas ele nada iria temer, lutaria contra eles até a última gota de seu sangue.

Mas quando se aproximou, praparava seu primeiro golpe em um daqueles monstros, mas esse o agarrou, rodou-o e o arremessou longe.
Era uma umilhação. Ele caiu esparramado no chão. Sua lança quebrada, sua glória em pedaços, seus sonhos meio perdidos por alguns instantes. Ele não podia crer. Como o ma podia triunfar sobre o bem? Como um demônio daqueles poderia destruir assim, os sonhos de um homem bom e valoroso como ele, que nada mais queria que ajudar as pessoas do mundo? Uma sombra sob o sol se aproximou, por um momento pensou que seria o próprio monstro vindo liquida-lo, rezou sua última prece a Virgem Maria, esse seria seu fim. Mas deu um suspiro quando percebeu ser apenas, seu pequeno e fiel escudeiro.

- Senhor, que foi isso que o senhor fez?

- Ah Sancho, se soubesse quão dura é minha vida para livrar o mundo do mau, que tanto maltratam as pobres almas que nele habitam. Um dia Sancho! Um dia, eu tornarei esse lugar, um lugar bom para se viver.

Montou em seu corcel branco, bateu a poeira de suas roupas desbotadas, e lá se foi Dom Quixote De La Mancha, cego de vontade por fazer o bem, fosse contra gigantes, ou contra moínhos. A diferença entre os dois, quem sabe? Só o coração de um bravo cavaleiro em busca dum mundo melhor poderá estabelecer diferenças o certo e errado.
E lá se foi Quixote, Cavaleiro honrado, herói dos que sonham. Perdido de esperanças. Um dia, ele há de conseguir.

Um dia.

Um dia.

E os moínhos ainda giravam. C'est la Vie.